quarta-feira, 9 de maio de 2007

Primo: o “lixo” digital




Professor reiterou noções de como estão os meios hoje, quanto às suas “qualidades"

“Trash não necessariamente é lixo”. Assim, iniciou as considerações do professor Alex Primo (foto), UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) de Porto Alegre - sob a coordenação da professora Raquel Recuero – do curso de Comunicação Social da UCPEL - na segunda palestra da manhã do terceiro dia do CELACOM. Primo esclareceu que Trash, pode não ser o “lixo” literalmente como significa. Contudo, viu problemas nos meios de massa, entendeu a necessidade da presença de coletividade na web, expôs “confrontos” e comparações; com um breve relato sobre os blogs e flogs.

Antes de começar a ministrar a segunda palestra da manhã desta quarta-feira do CELACOM, Alex Primo sorridente degustava um café juntamente com o coordenador do evento, professor Antônio Heberlê e com o diretor da Escola de Comunicação Social da Universidade Católica de Pelotas, Jairo Sanguiné. Inicialmente, elogiou o trabalho demonstrado pelo seu antecessor, Vinícius Andrade, e reforçou os filmes Trash – abordado anteriormente -.

“O lixo é moderno, o digital é Trash e pós-moderno”, disse o professor. É inegável a presença deste chamado “lixo” na mídia. Isto se liga com a captação de imagens ruins, reprodução (cópia ou xérox), distribuição mal feita, linguagem e conteúdo imoral.

Ele colocou em dúvida a qualidade da mídia em geral. Algumas pessoas dizem que por ter poucos recursos “não presta”, e os grandes meios com muitos recursos engajam-se às vezes nestes padrões. Neste caso, Primo enfocou imagens de apresentadores de programas tais como: Gugu, Ratinho, Datena e Raul Gil. Talvez, o melhor caminho segundo o professor seria de “buscar um denominador comum para os anunciantes”. O fato de o público ganhar ou não, passa a ser uma crítica moderna.

Em um novo momento, reiterou sobre a moral e ética da estética – sendo experimentações coletivas -. Tem-se uma ética sem obrigação de sanção, e o importante são as reuniões no sentido de “vibrar em comum”. Conclui, aqui, que está ética é um fator de socialização.

Conforme Primo, há três níveis midiáticos. A mídia de massa – envolve as relações com intercâmbios -, mídia de Nicho – revistas segmentadas, TVs por assinatura que buscam públicos “especializados” – e Micromídia – com rádios livres, informações telefônicas, entre outras questões -.

Foi evidenciada a situação de desvantagem técnica, econômica e limitações com o público no caso da Micromídia, enquanto que de outro lado, ocorrem “confrontos” entre TV e TV Pirata, Rádio e Rádio Livre e Jornas versus Fanzines. “Para compreender a sociedade precisamos compreender a Micromídia Digital”, disse.

“Digital Trash é um Gênero da Micromídia digital” como um cimento social, adiante, relembrou. O Digital Trash conceituou como grotesco, irônico, presença de prazer e de banalidade.

Por todos estes aspectos, “pincelou” sobre a indústria cultural – denominou de “web horror” - que age de acordo com celebridades e deu um pequeno enfoque em blogs e flogs. Estes, não possuindo o interesse na massa, e sim no grupo reduzido ou simplesmente grupo ao redor do blogueiro ou flogueiro.

Encerrou sua palestra traçando um novo paralelo entre os meios de comunicação de Massa e a Micromídia Digital. Após 40 minutos e 54 segundos, se despediu e agradeceu o público.

Mais informações em: www.ufrgs.br/limc
Para falar com Primo: alex.primo@terra.com.br

Texto e foto: Felipe Machado



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